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A nossa democracia corre algum risco?

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Não. Definitivamente não. Quem assiste aos noticiários, pelo país inteiro, fica meio assustado e com a impressão de que estamos nos aproximando de uma ruptura do sistema constitucional e o surgimento de uma intervenção militar. A julgar, principalmente, pelo que tem dito o filho nº 01: a questão não é mais se haverá, mas quando haverá a ruptura. As manifestações quase que diárias dos pingados apoiadores de Bolsonaro na frente do palácio, ou na frente dos quartéis, com o apoio explícito do próprio presidente, nos levam a pensar que a democracia está findando em nosso país e que virá uma "intervenção militar com Bolsonaro", como dizem as faixas e cartazes exibidos e as manifestações por palavras e gestos.

Faça-se um esclarecimento: "intervenção" militar já houve, afinal, são 2,5 mil militares da ativa, de sargentos a generais, no comando do país. De ministros a cargos inferiores nas mais diversas esferas governamentais. Portanto, quanto a isso, nenhuma novidade. Intervenção já houve. Entretanto, uma intervenção, até aqui, democrática porque decorre de uma eleição legítima de quem nomeou seus assessores. O que querem os apoiadores, ministros, assessores e alguns deputados, entre outros, é uma intervenção como ruptura do sistema democrático. Ruptura, como a que querem, é a sobreposição absoluta do chefe da nação sem limites constitucionais ou legais. Comando absoluto e sem contrariedade. Uma ditadura mesmo é o que eles desejam. Não querem investigação dos seus parceiros, nem pela Polícia Federal, nem pela Procuradoria e muito menos pelo STF. Disse o presidente que o dia 27 foi o limite, acabou, porra!!! Qualquer argumento serve para alimentar esse propósito. O ministro Celso de Mello foi escolhido o inimigo da nação porque deu vista, vale dizer, encaminhou ao MP, como está obrigado pela lei, que decorre do devido processo legal, um pedido de partidos políticos para que fosse apreendido o telefone celular do presidente. Bastou para que o general Heleno declarasse o fim dos tempos se isso acontecesse. O MP deu parecer contrário, e Celso de Mello acolheu, arquivando o pedido. Por que o general quis e exigiu? Não, porque decorreu do devido processo legal. Com esses apoios, o presidente tem feito tudo para reinar sozinho. Pressiona e tenta amedrontar o Judiciário, o Legislativo, a Polícia Federal e, por último, diante de novas investigações, está cooptando a Procuradoria Geral da República com a promessa de que a terceira vaga no STF, se houver, será de Augusto Aras, responsável pelas investigações. Portanto, para quem examina esses fatos não tem dúvida de que o país está sendo preparado para receber um poder absoluto e ditatorial. Um ministro seu ameaça "botar na cadeia esses vagabundos" referindo-se aos ministros do STF. Um apoiador seu, ex-deputado e presidente do PTB, cooptado para apoiar o governo, referiu que um fuzil é mais forte que a toga e, vejam o absurdo, sugeriu ao presidente a aplicação do art. 142 da Constituição Federal, que organiza as Forças Armadas, como fundamento para "aposentar" todos o ministros. Quanta desinformação e ignorância juntos!!! Isso tudo apresenta riscos? Nenhum. É bravata pobre. É pura falta de assunto para a mídia. Não podendo figurar em razão da epidemia que ocupa todos os espaços, buscam, com essas bravatas, ocupar um espaço desta forma porque não têm atos de governo para noticiar.


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